O que é?
A alergia ocular é reação alérgica que acomete os olhos ou estruturas próximas aos olhos, como as pálpebras. É uma resposta exagerada do sistema imunológico (sistema de defesa do corpo) a uma determinada substância, que é chamada de alérgeno. Portanto, alérgeno é qualquer substância capaz de produzir uma reação alérgica.
Causas
Existe um número imenso de alérgenos capazes de produzir reações alérgicas, sendo os principais: a poeira doméstica, fumaça, pólen, ácaros, alimentos, corantes, medicamentos, produtos de beleza (maquiagens, perfumes, sabonetes, etc) e diversas outras substâncias, como tintas, solventes, agrotóxicos e inseticidas, por exemplo.
Qualquer pessoa pode desenvolver uma alergia ocular. Pacientes portadores de rinite alérgica, asma ou alergias de pele apresentam maior chance.
Sintomas
Os sintomas mais comuns são: olhos vermelhos, prurido intenso (coceira), lacrimejamento, ardência, queimação, fotofobia (sensibilidade exagerada à luz) e edema (inchaço) nas pálpebras.
Tipos de alergias oculares
Há cinco formas de conjuntivite alérgica: Perene e Sazonal, geralmente as mais comuns; ceratoconjuntivite atópica; ceratoconjuntivite primaveril ou vernal; e conjuntivite papilar gigante.
Conjuntivite Perene e Sazonal
A conjuntivite perene e sazonal são as mais frequentes, caracterizando-se por ser uma reação de hipersensibilidade tipo 1, associada com fatores externos, como poeira e pólen. Os sintomas têm intensidade de leve a moderada e incluem: prurido, ardência, fotofobia e lacrimejamento. Ao exame podemos encontrar quemose (edema da conjuntiva), hiperemia conjuntival e reação papilar, sem envolvimento da córnea.
Conjuntivite Vernal/Primaveril
A conjuntivite vernal ou primaveril é encontrada, principalmente, no sexo masculino, dos 5 aos 15 anos de idade, e está associada com outras manifestações alérgicas, como asma, rinite alérgica e dermatites. Os sintomas, em geral, são mais severos. Ao exame, encontramos hipertrofia papilar (com papilas gigantes em alguns casos) e nódulos limbares de Trantas (constituídos por eosinófilos degenerados), podendo haver acometimento corneano, com ceratite puntacta e/ou úlcera em escudo.
Conjuntivite Atópica
A conjuntivite atópica é a mais rara e pode acarretar severo dano ocular aos pacientes, os quais, frequentemente, têm acometimento cutâneo (dermatite), asma ou outras manifestações alérgicas.
As pálpebras podem apresentar dermatite e fissuras. A conjuntiva mostra reação papilar, com simbléfaro nos casos avançados. A córnea é acometida com ceratite puntacta, podendo haver defeitos epiteliais persistentes, úlceras e formação de leucomas (opacidades na córnea) nos casos mais graves.
Conjuntivite Papilar gigante
Caracteriza-se pela presença de papilas gigantes na conjuntiva tarsal superior. Uma importante causa de conjuntivite papilar gigante consiste no uso crônico de lentes de contato, principalmente as gelatinosas, devido ao acúmulo de depósitos protéicos na superfície das mesmas. Além disso, traumas mecânicos na superfície ocular, como a presença de suturas, também podem desencadear esta forma de conjuntivite.
Como evitar as alergias oculares?
1) Manter o filtro do ar condicionado sempre limpo;
2) Evite excesso de tecidos que acumulem poeira, como cortinas, carpetes e bichos de pelúcia, por exemplo;
3) Forrar travesseiros com capas impermeáveis e anti-alérgicas;
4) Evite medicações ou produtos que já tenham causado alergia anteriormente;
5) Manter os ambientes arejados e com boa exposição solar;
6) Evitar animais domésticos dentro de casa, especialmente aqueles que soltam muitos pelos;
7) Evitar o uso de vassoura; prefira pano úmido para retirar a poeira.
Como tratar as alergias oculares?
Existem diversas formas de tratamento para as alergias oculares, como uso de colírios específicos e medicações sistêmicas. Assim, cada caso deverá ser avaliado individualmente, a fim de escolher o tratamento mais apropriado para o paciente. Consulte seu oftalmologista. Ele é o profissional capacitado para lhe orientar sobre o tratamento mais adequado para o seu caso.